História, cinema e representações busca analisar quatro filmes, sendo três produzidos pela indústria cinematográfica hollywoodiana e um produzido na Alemanha (esse último foi escolhido por fortalecer e disseminar valores eurocêntricos). O intuito deste livro é mostrar como a indústria cinematográfica norteana, se apropriou de valores europeus, para representar os cenários históricos da África. De certo modo, vem reforçando uma ideia de entendimento desse continente e de seus habitantes como sendo diferente dos demais. Ou seja, um lugar de seres desprovidos de racionalidade, de sentido histórico, sobretudo, de sujeito cultural, que estão sempre ligados ao subdesenvolvimento e que em nada corrobora para a compreensão das culturas africanas deixadas em nosso cenário brasileiro. Questões referentes à fome, pobreza, doenças e desordem sociais não são problemas que sempre existiram na África, mas tanto as representações predominantes nos filmes, como nas diferentes mídias da atualidade (televisão, jornal e cinema), intensifica um olhar naturalizador de quadros construídos e dotados de um processo histórico. Desse modo, faz-se necessário desconstruir essas representações sobre o continente africano, confrontando-as com a historiografia específica que trata de sua história. As imagens trazidas nesses filmes são dotadas de clichês e estereótipos, que pouco contribui para o conhecimento de realidades culturais, sociais e políticas dos vários povos que vivem na África.