Mais uma vez, Noah Gordon mergulha no difícil campo da história da medicina. Em “Xamã”, passamos para o século XIX, nos EUA, em pleno novo continente atravessado por lutas causadas pela mistura de raças. É nesse cenário que desembarca o jovem escocês Cole, herdeiro de uma tradição que remonta à Idade Média, e que o faz perceber a iminência da morte. É aí, também, que ele entra em contato direto com os índios Sauks e Mesquakies, ao se instalar na fronteira do Illinois. Auxiliado pela mulher, chamada Makwa-ikwa, aprende técnicas milenares, que associa a seu conhecimento ocidental. Torna-se pai de Xamã, o menino surdo. É através dele que o leitor conhecerá as agruras da superação da deficiência, impulsionada por uma força de caráter inabalável, assim como o ensino das universidades de medicina então existentes e os primeiros hospitais. Contra um pano de fundo monumental, em que se destacam os horrores da Guerra da Secessão, desenrola-se a vida aparentemente simples de dois homens cativantes, cuja energia vital nasce da vocação para amar e curar seus semelhantes, sem preconceitos.