E, nessa busca, não há nenhum pedaço de terra a ferver sob os pés, nenhum solo que suporte os bulbos de miragens sonorizadas. O vento escorre pelos vãos das portas, desfigura o rosto do tédio, implode as paredes da casa, canta o silêncio que precede a tempestade, traz grãos de duna para dentro das pupilas. Lá fora, nos recantos de uma paisagem de restos, não há sequer um parêntese que enclausure a chuva. As dunas vivem o tempo. As horas fluem, líquidas, por entre montanhas de areia nômade.