"Simone Weil (1909-1943) foi filósofa, operária, militante e mística francesa. Concebendo a filosofia como um modus vivendi, isto é, um processo de transformação integral do sujeito que pressupõe, por conseguinte, efeitos afetivos e concretos para além do âmbito estritamente cognitivo, delineou um itinerário que se desmembra nos estágios de seu modus vivendi filosófico, que se inicia com o desapego e concretiza-se com a descriação. No âmbito desse itinerário filosófico-existencial, emerge o pathos do sofrimento, experiência significativa que marcou profundamente sua vida e, consequentemente, sua filosofia, sobremaneira a partir de suas experiências como operária fabril (1934-1935) e como militante na Guerra Civil Espanhola (1936). Se, por um lado, o sofrimento é definido por Weil como um desenraizamento integral do sujeito, comprometendo a totalidade da sua estrutura ontológica o que culmina na configuração do conceito de malheur [...]