Parceria equivale à contribuição de um para a formação nacional do outro e envolve inúmeros fatores de interpenetração, principalmente o econômico, de maior impacto sobre o bem estar das populações. Como país novo, o Brasil apresenta-se mais como receptor do que como provedor de fatores de parceria. Nas relações entre Brasil e Portugal, a contribuição da matriz portuguesa foi relevante sob os aspectos étnico, lingüístico e institucional. Quando a independência separa os dois países, esse legado histórico transfere-se ao sentimentalismo político, engendrando o realismo da fraternidade: cada qual segue destino próprio, à base de percepções próprias do interesse a realizar externamente, e se serve do outro de modo instrumental. Na era da globalização, encaminha-se, contudo, a parceria econômica substantiva, por iniciativa portuguesa. O Brasil é eleito prioridade para investimentos externos entre 1995 e 2002. Depois dessa fase, pouco correspondida pelo empresariado brasileiro, outras opções externas desviam empreendimentos portugueses do Brasil. Como forças propulsoras da parceria entre Brasil e Portugal, agem o legado histórico e a proximidade cultural, especialmente a língua comum. A causalidade desses fatores explica a parceria substantiva da era da globalização, entre outras determinações, porém, será contida por influência de identidades nacionais diferentes, distintas percepções de interesses a realizar e opções externas desencontradas. Assim, a parceria entre Brasil e Portugal se estabelece como inconclusa em sua forma e em seus efeitos.