Em O Convívio Alegórico, Evaldo Coutinho se detém em pontos fundamentais da ordem fisionômica, de sua fenomenologia, na qual a pessoa se perfaz em abrangência universalizante e absoluta. Com efeito, a virtualidade e a diluição no gênero se constituem em temas primordiais do livro, em cujo desenvolvimento a especulação intelectual se esteia em fatos do cotidiano: o dia-a-dia se converte em explicitude ontológica. A sociabilidade humana participa dessa explicitude, e portanto ela se manifesta alegórica, isto é, todo acontecimento permite que se descubra, nele, a aproximação ou a presença entremostrada do não-ser. A originalidade do assunto e da explanação situa O Convívio Alegórico no nível dos demais trabalhos do autor, sendo a sua leitura indispensável àqueles que se interessam pela criatividade filosófica, dentro do campo estético.