Política e religião sempre andaram juntas: na Pré-história, na Antiguidade, desde sempre e até hoje, mesmo que sob formas não tão evidentes. O cotidiano saturado de políticas permeadas pelas guerras culturais tem vocação beligerante contínua. Seja lá o que for a ‘verdade’, ela nunca interessou à democracia na construção cotidiana do poder. O homem comum não se preocupa muito com liberdade de expressão e troca facilmente qualquer regime por uma janta melhor. É um fetiche achar que o homem comum ama a democracia. A política no cotidiano é a colonização deste por aquela. Aviso que a consciência desse processo pode causar mal-estar em quem decidir segui-lo até o fim. Esse processo pode ser de algum modo libertador, como toda forma de expectativa superada sempre é. Só se pode refletir a sério acerca da política sem alimentar qualquer expectativa com relação a ela.