Este livro se debruça sobre os efeitos, na subjetividade contemporânea, do que já se convencionou chamar de "culto ao corpo" ou "cultura somática". Tal fenômeno fez com que o corpo se tornasse, mais que um objeto de desejo, um objeto de design. Hoje ele se tornou "personalizável", por meio das práticas de ascese corporal como o fisiculturismo e a dietética; de tecnologias médicas como cirurgias plásticas, próteses e intervenções farmacológicas; e de modificações radicais em sua anatomia, que incluem amputações voluntárias. O corpo é o último reduto em que os indivíduos se sentem capazes de se reinventar. Este livro procura mapear diferentes instâncias em que o fenômeno se apresenta. Em função disto, e de sua inserção num campo transdisciplinar como o da Saúde Coletiva, O corpo incerto irá interessar a leitores de diversas áreas: filosofia, ciências sociais, psicologia social, psicanálise, psiquiatria, educação, comunicação, saúde pública etc. Unindo rigor e clareza com uma real curiosidade acerca de problemas do "mundo vivido" - a realidade social compartilhada -, Francisco Ortega empreende aqui uma abordagem que explora com brilhantismo diversas perspectivas de análise, dando ao leitor um panorama múltiplo e complexo da questão.