A contra pelo da narrativa que parte da lógica da modernização, na qual o mundo natural e os camponeses são um cenário passivo para os heróis modernizadores, o presente trabalho busca lembrar o que “tais heróis” gostariam que fosse silenciado. Esse livro busca remexer a “arca da memória e da linguagem” que pode trazer a cena, mais uma vez, “mortos que não devem morrer”, ou seja, a ligação entre lavradores e a natureza. Considerando que, invariavelmente, a luta pelo passado é uma luta pelo futuro. Quando se olha o passado e não se vê apenas escombros, mas um campo de batalha em que estiveram presentes agentes em luta que determinaram o curso dos processos com sua ação, talvez, se possa pensar outro futuro. Um futuro em que as lutas não coloque em risco a sobrevivência da própria espécie humana.