Nesse livro o olhar de seus autores(as) sobre a História Regional vem acompanhado pelo desejo de construir uma dinâmica por meio da qual seja viável pensar o conhecimento, a localização, a organização e, principalmente, a socialização tanto das informações sobre os documentos, quanto dos próprios documentos. Esta dinâmica, no que se refere à construção de uma base adequada para a pesquisa histórica dos e nos espaços dos estados do Tocantins, do Pará e do Maranhão e que a organizadora dessa obra, ousadamente, denominou de Região dos Vales dos Rios Araguaia e Tocantins, revela-se uma tarefa para a qual ainda estão sendo dados os passos iniciais. Nestas páginas trava-se uma batalha não apenas contra a ausência de infraestrutura arquivística na região, mas também se busca retirar a história dos labirintos que atuam para a desestruturação dos princípios humanistas que desde o Renascimento sustentou filosófica, ética e formativamente a o conhecimento. Labirintos estes construídos com fios que derivam suas ideias das atuais tendências em priorizar a face mercadológica do conhecimento. Combate-se uma História, que, institucionalmente vinculada à Academia, desestabiliza sua tríplice vocação - a do ensino, da pesquisa e da extensão - e afasta os sujeitos do direito à cidadania política. No livro, seus autores procuram articular para o leitor, principalmente para os estudantes de história, a necessidade de compreender os discursos que permeiam não apenas interpretação do "conteúdo" do documento, mas a própria conformação das relações políticas que instituem ou destituem legitimidades históricas e historiográficas quando se trata da relação entre acervo de fontes históricas e memórias.