O ano era 1933. Discussões sobre alternativas ao liberalismo econômico promoviam revoluções ao redor do mundo. Os efeitos da Grande Depressão de 1929 ainda causavam angústias na sociedade americana e mundo afora. Nesse cenário, preocupações acerca de uma crise ambiental gerada pelo capitalismo selvagem já chamavam a atenção, e ainda não tinham sido apropriadas indebitamente. Atuando pelo curso de Engenharia Florestal da Universidade de Wisconsin, o professor Aldo Leopold apresentava suas preocupações acerca do que seria necessário para a criação de uma consciência ambiental. Seu trabalho intitulado The Conservation Ethic ficou mundialmente conhecido, sendo a base moral de um conceito que ainda nos dias atuais gera bastante controvérsia nos meios sociais e políticos. Para Aldo Leopold, a Ética da Terra deve integrar o ser humano consciente de sua responsabilidade em manejar os recursos naturais e por sua livre iniciativa no centro da episteme ambiental, sendo, assim, um agente propulsor de ações que devem ser promovidas com alterações positivas sobre o meio em que está inserido. Nesse paradigma, é preciso, portanto, acreditar na espécie humana. Trata-se de um desafio para a sociedade brasileira, dividida em descrenças quanto à viabilidade do sistema político e às desigualdades sociais. Reviver a doutrina do engenheiro florestal e naturalista Aldo Leopold no Brasil do século XXI leva-nos à compreensão do sentido estrito do termo amar a terra, não somente pela necessidade de conscientizar as pessoas a respeito de certos excessos que causam prejuízos à coletividade, mas, também, pela livre abnegação de certos hábitos e costumes na implementação de iniciativas saudáveis e eficientes de administração. Tem-se, assim, a visão integradora entre o conservacionismo ambiental e o conservadorismo cultural.