Da última década do século XIX até as vésperas da década de 1930, passando, portanto, pela Revolução de 1917, a Rússia foi palco de experimentos e realizações de vanguarda em todos os campos da arte, numa efervescência que estabeleceu princípios e diretrizes de longa duração, inspirando, por exemplo, a poesia concreta brasileira. O arqueiro de olho-e-meio (1933), traduzido pela primeira vez no Brasil, é um relato vivo e contundente dessa cena artística, narrado por Benedikt Lívchits (1886-1939) como uma reportagem da qual o autor é personagem ativo. Poeta, tal qual seus amigos Vladímir Maiakóvski e Velimir Khlébnikov, Lívchits sobreviveu à moenda da história não por sua obra em versos, mas por esse livro, que ganhou com o tempo o status de referência quando se trata de entender quais eram e o que pregavam os diversos grupos vanguardistas entre as duas primeiras décadas do século XX. Como observa Bruno Barretto Gomide, tradutor e autor do prefácio de O arqueiro de olho-(...)Da última década do século XIX até as vésperas da década de 1930, passando, portanto, pela Revolução de 1917, a Rússia foi palco de experimentos e realizações de vanguarda em todos os campos da arte, numa efervescência que estabeleceu princípios e diretrizes de longa duração, inspirando, por exemplo, a poesia concreta brasileira. O arqueiro de olho-e-meio (1933), traduzido pela primeira vez no Brasil, é um relato vivo e contundente dessa cena artística, narrado por Benedikt Lívchits (1886-1939) como uma reportagem da qual o autor é personagem ativo. Poeta, tal qual seus amigos Vladímir Maiakóvski e Velimir Khlébnikov, Lívchits sobreviveu à moenda da história não por sua obra em versos, mas por esse livro, que ganhou com o tempo o status de referência quando se trata de entender quais eram e o que pregavam os diversos grupos vanguardistas entre as duas primeiras décadas do século XX. Como observa Bruno Barretto Gomide, tradutor e autor do prefácio de O arqueiro de olho-(...)