Sob o Império do Arbítrio trata de uma questão importante do ponto de vista histórico da imprensa brasileira: as complexas relações de poder que se estabelecem entre as empresas jornalísticas e o Estado. Centrado num dos períodos mais sombrios da história do Brasil, a primeira década da ditadura civil-militar brasileira, analisa a maior instância de consagração e legitimação do jornalismo brasileiro, o Prêmio Esso. Percebido como estratégia para conferir poder e agendar temas, no período da ditadura, além de orientar os modos como os repórteres deveriam atuar, o prêmio se tornou importante instrumento de constituição das identidades jornalísticas. Numa análise cuidadosa, o autor apresenta um painel multifacetado da imprensa brasileira nas décadas de 1960/70, tomando os jornalistas como um dos centros da análise, para perceber aspectos que poderiam passar despercebidos sem o olhar arguto com que realiza a pesquisa.