Nesta publicação, o autor busca avaliar as decorrências da midiatização do mundo atual, no qual a tecnologia e o espetáculo/entretenimento não se constituem mais apenas em ferramentas de biopoder, mas, sim, são convertidos em ambiências nas quais os atores e as tribos contemporâneas vivenciam diariamente tramas de grande vitalidade e com importantes implicações. Susca constata nas suas investigações que, empregando inúmeros aplicativos e plataformas digitais, os usuários (nativos dessas redes ou os denominados novos bárbaros) vão construindo relevantes afinidades conectivas mais ou menos efêmeras e linguagens (elaborando outros alfabetos e gramáticas, que se articulam e tensionam com o universo da educação formal estabelecida, refundando sentidos para o mundo atual em crise), as quais possibilitam a construção de significados potentes, isto é, com grande capacidade de sensibilização e mobilização de diferentes agrupamentos sociais. Tomando como referência especialmente as obras seminais de McLuhan, Maffesoli, De Kerckhove e Abruzzese, ao longo deste excepcional livro, Susca emprega noções inspiradoras como, por exemplo, transpolítica, tecnomagia, comunicracias e pornocultura ao elencar e analisar um leque de temáticas fundamentais para a compreensão dos imaginários e das dinâmicas socioculturais do mundo digital, espetacularizado e globalizado. O livro nos conduz de certo modo por um sendeiro menos percorrido pelo meio acadêmico no qual transitamos entre a agitação lúdica e as socialidades que gravitam em torno de video games, blogs, sites pornôs, reality shows, programas televisivos de cunho religioso, vídeos e imagens compartilhadas na web, flash mobs, sites de streaming de música, memes de celebridades, artistas e políticos, canais de youtubers, entre outros aplicativos e tecnologias comunicacionais por meio do qual se chega a um mundo emergente caracterizado por uma ordem política e cultural, na qual a emoção, conexão e imaginação são os principais [...]