O interesse de Murilo Mendes pelas artes plásticas remonta à década de 1920, mas adquire maior espessura na década de 1940 e se desenvolve plenamente mais tarde, durante sua estada na Itália. Aqui, o ambiente de que se aproxima é o das correntes abstracionistas romanas (como os grupos Forma e Origine), que têm como referência, entre os artistas italianos da geração anterior, Alberto Magnelli e Gino Severini. Entre os críticos que apoiaram esses movimentos, os mais importantes foram Lionello Venturi e Giulio Carlo Argan. Um cotejo dos textos de L’occhio del poeta de Mendes com Salvezza e Caduta dell’ Arte Moderna, seleção de ensaios escritos por Argan nos mesmos anos, demonstra uma relação estreita entre os dois críticos, tanto na escolha das obras, quanto na argumentação.