Você acaba de receber um segredo em mãos. Esta orelha é convite e aperitivo. Se um poema é um feitiço, que será, então, deste livro? Desejos escondidos, secretos, perigos. Códigos sociais, existências violadas, liberdade clandestina, controle dos corpos, mulheres em abismos. Sobreviver, subverter? Renata domina os feitiços; conhece os mistérios; das línguas que se costuram umas nas outras: aqueles corpos de mulheres/ que se abraçam/ contrariam leis/ ocupam o mesmo lugar no espaço. Em um tempo outro, datado no futuro, com idas e vindas temporais entre relatos marcantes de neta e avó, uma sociedade (talvez) distópica violenta e infértil vigia úteros e pune mulheres que não acatam ordens heterocispatriarcais. Poeta e artista visual, Renata investiga e subverte também a escrita e o que esperamos de um livro de poesias. Romance poético? Narrativa em versos? Experimentada por algumes outrora, com coragem a autora mergulha também nesta receita, aprendida talvez nos tais livros (...)