ciência nova, sétimo livro de poemas de Dirceu Villa, sai neste ano determinante de 2022. Diante de um tempo que “tem dentes e fúria”, de uma época em que solução significa violência e banalidade é linguagem corriqueira, o poeta veste seu escafandro imergindo-se nas águas trevas do mundo, firme e compacto dentro de suacouraça, perceptivo e frágil em seu íntimo. Desse pélago escuro surgem visões ásperas e cortantes, vislumbres de paisagens férteis, que pertencem a uma ancestralidade já desconhecida. Tomam forma poemas políticos de terror e revolta, mas também versos de amor e peregrinação. Profundamente brasileiro e, ao mesmo tempo, marcadamente cosmopolita, ciência nova estabelece um diálogo entre diversas temporalidades e espacialidades, falando de ciclos incessantes, escandidos por morte e destruição, mas também pela vida que nasce e se metamorfoseia.