Ao longo dos capítulos, Maria da Graça vai descortinando para o leitor as instâncias significativas na socialização dos jovens, iniciando pela sociabilidade, passando pela família, religião, escola, lazeres e práticas culturais. Em todas elas pergunta-se pelo papel que ocupam na vida dos jovens e pela interdependência existente entre as mesmas, possibilitando assim um percurso interpretativo que aponta para a socialização como um fenômeno social total. Apropriando-se com maestria deste conceito de Marcel Mauss evidencia o processo socializador como uma negociação contínua, em que a participação do jovem e as instituições sociais mantêm tensas e intensas relações simbólicas de reciprocidade. Em todas estas instâncias de socialização, centrais na produção social dos jovens contemporâneos, a autora busca analisar como elas coexistem em formações sociais ditas modernas ou tradicionais mas também como se articulam nos grupos com perfis econômicos e culturais distintos. Através dos dados quantitativos e qualitativos da sua investigação, a autora discute como se organizam estas matrizes de socialização no ponto de vista de jovens imersos em contextos econômicos e culturais distintos, apontando suas semelhanças e diferenças bem como as tensões e ambiguidades existentes. Juarez Dayrrel