Os humanistas, diz Marcos Polira, são democratas radicais e nutrem pela liberdade política um especial apreço. (...) Não possuem a pretensão totalitária de fundar `uma sociedade' em tudo diversa da que conhecemos, nem compartilham a maldade Ideológica das concepções que sustentaram a tese do 'Homem novo'. Os humanistas lutam, a partir dos problemas reais vividos pelos seres humanos, para assegurar conquistas que alterem a vida das pessoas e que lhes assegurem chances renovadas para perseguir a felicidade.'Assim como afirma que uma sociedade autônoma - vale dizer, não alienada de si mesma- é aquela na qual suas regras estão permanentemente em questão, onde, em outras palavras, a ordem está em questão. Marcos Rolim nos apresenta, como decorrência implícita, o desejo de que todos nós também sejamos pensadores autônomos. Nenhuma sociedade, e menos ainda um partido político de esquerda, deveria prende-se a terrível idéia que contrapõe o coletivo aos indivíduos. O milagre da liberdade, tal como assinalou Hannah Arendt, está inserido no poder de iniciar: E nenhum novo início comum se dá sem a diversidade do empenho de cada indivíduo. Este novo livro de Marcos Rolim é, assim, o ato livre de inicio, parte de uma nova fase do pensamento da esquerda brasileira.