Anielson, que escreveu esses poemas de manhã ou de tarde nunca à noite, escolheu uma epígrafe angular para o seu tumulto. Sobre (e sob) Drummond, dobrando à esquerda e a esquina da América Latina deste século, como quem nos leva em uma de suas andanças por Petrolina, ele também acaba contando o que o Carlos não viu, num raio X da (nossa) cidade capitalista aberta, inteira/estranha/monstruosa, na qual anteriormente flores nasciam no asfalto, mas que agora mostra suas pétalas/murchas. Superando a máxima (e contraditória) do minimalismo pelo seu avesso, o poeta diz dizendo, mas não ditando, como um ourives de metáforas brutas. Sua poesia, consciente das limitações da palavra, confia na sugestão. Ouça os versos e o que ele diz na contramão enquanto canta: minta para mim um pouco mais como os Andes mentem à Terra como o século XXI mente ao Muro de Berlim O baiano, que (des)pertence do vale fluido do São Francisco, demonstra na prática a máxima sobre a impossibilidade(...)