Entendido como uma etnografia da música inserida no âmbito da antropologia da experiência, ao menos em sua vertente benjaminiana, este livro dedica-se a investigar o fazer musical do compositor baiano Elomar Figueira Mello, na sua intenção de comunicar uma experiência do sertão através de seus discos e em suas apresentações pelos palcos de teatros e salas de concerto metropolitanas. A partir de duas imagens que emergem da figura do compositor, o cantadô e o bode, surgidas tanto da análise de seus discos como em meio à experiência de campo, arrisca-se aqui interpretar sua obra como expressão de uma experiência sintética, liminoide, capaz de comunicar o tradicional mundo sertanez em plena era da reprodutibilidade técnica.