Mediações históricas de trabalho e educação é a expressão de uma síntese teórico-metodológica de longa trajetória de pesquisa na área, em busca do método da crítica à economia política a partir da historicidade dos acontecimentos e dos sujeitos e das estruturas sociais da gênese e das disputas na formação dos trabalhadores. O sentido histórico-ontológico dado ao termo "mediações" envolveu o aprofundamento de outros conceitos, como a fotografia como fonte de pesquisa, o documento, a história oral, a memória e a identidade, a formação do cidadão produtivo, a educação politécnica e a formação integrada entre o ensino médio técnico e a educação profissional. O livro contém uma breve introdução sobre o presente como ponto de partida e a problematização da relação entre trabalho e educação. Do ponto de vista metodológico, trata-se de encontrar procedimentos capazes de captar a heterogeneidade do real em seus recortes de espaço-tempo e em constante movimento. Nesse sentido, o presente é concebido como o momento de um processo histórico não concluído, aberto, suscetível de ser potencializado em sua própria objetividade, à qual pertencem as práticas sociais com capacidade de imprimir direção aos processos sociais. Seguem-se duas partes. A primeira aborda os conceitos fundamentais para a reconstrução histórica dessa relação: a história como processo e a história como método, tempo e periodização, as fontes de pesquisa, a fotografia como fonte histórica. Na segunda parte, além de tratar dos conceitos de mediação e particularidade, empreende-se a reconstrução histórica de mediações das políticas educacionais dos anos 1930-60: o capitalismo e a criação da "civilização do trabalho" no Brasil, a "escola do trabalho", a ideologia de valorização do trabalho, a produtividade do trabalhador e a técnica como um novo humanismo.