O autor Jack Goody faz aqui uma intrigante pergunta: o Renascimento foi apenas um, ou muitos? Por meio de um estudo comparativo, ele procura relacionar as eras douradas das culturas ocidentais e orientais, traçando paralelos entre o Renascimento italiano e o florescimento intelectual de outros países. O grande ponto de interesse de sua reflexão está no fato dele não ignorar a importância das contribuições europeias, mas de também procurar outros grandes desenvolvimentos despertados em outras partes do mundo.
Além da análise histórica, o trabalho de Goody também parte de um viés político. Com o ocidente cada vez mais assolado por uma onda de xenofobia, ele mostra as raízes das contribuições do Islã, da China e da Índia, entre outros povos, para a humanidade. Tenta comprovar, então, como a construção histórica do pensamento ocidental exclui a participação desses povos no enriquecimento intelectual do homem depois da Antiguidade, configurando assim uma obra rica para o entendimento das nossas heranças culturais.Neste obra, o historiador e antropólogo Jack Goody empreende estudo comparativo entre os vários “renascimentos” que ocorreram nas culturas ocidental e oriental. Movido pela desconstrução do discurso eurocêntrico sobre a singularidade do Renascimento italiano em relação à história mundial, o intelectual britânico localiza, analisa e traça paralelos e conexões com as eras douradas da China, da Índia, do Islã e do judaísmo. Sem negar a especificidade do florescimento europeu, esse rigoroso e acessível trabalho destaca a importância de contribuições de outras culturas para a construção da modernidade, tida pela historiografia tradicional como obra exclusivamente europeia.