Esta obra é uma etnografia de homens de identidade pública heterossexual atestada pelo casamento que, durante viagens a trabalho, buscam sexo com outros homens em espaços simbólicos que chamo de zonas livres. A trama envolve noções de pertencimento e liberação do cotidiano regulador da sexualidade, bem como a formação de grupos que se protegem e mantêm o segredo de suas práticas sexuais guardado pela ausência da identificação pública. A viagem, que sempre permitiu essa situação de liberdade para o viajante, aparece, aqui, como um processo liminar de homens que têm aventuras homoeróticas esporádicas e anônimas, sem comprometimentos cotidianos. Então, convido o leitor a viajar comigo rumo às zonas livres para compartilhar de um novo olhar sobre o comportamento sexual dos homens nas viagens a trabalho.