A ideia do livro intitulado Adolescentes: entre violações e mediações resultou de uma pesquisa realizada em 2010 pela autora, por ocasião da defesa de tese doutorado, apresentada ao programa de pós-graduação em serviço social da UNESP de Franca, sob orientação, da professora Dra. Maria Ângela Rodrigues Alves de Andrade. O texto realiza uma breve discussão do distanciamento existente entre a construção do Estado Democrático pela via das legislações sociais calcadas no respeito aos direitos humanos e as inúmeras violações e violências vividas por milhares de famílias, crianças e adolescentes brasileiros. O livro busca entender as conexões existentes entre a questão social e os adolescentes em conflito com a lei, submetidos às medidas socioeducativas, identificando as violações que cercam o cotidiano dos adolescentes que cometeram atos infracionais como forma de mediação com o mundo contemporâneo, que os oprime e os subalterniza. Foram analisados a série de violências visíveis e simbólicas que perpassam a vida dos adolescentes, em especial daqueles adolescentes que cometeram delitos culminando no cumprimento de medidas socioeducativas. O conceito de adolescência foi entendido como resultante da reflexão humana sobre a singularidade dessa etapa de passagem entre a infância e a vida adulta, momento especial na construção e diferenciação do "eu" pessoal e social, entendido também, pela sua especificidade, como momento de vulnerabilidade. A autora aprofundou o conceito de violência simbólica, discutindo a complexidade e a diversidade desta categoria em suas múltiplas interfaces no tempo e no espaço, que se constitui a partir do conjunto de forças internas e externas no âmbito da vida social, na qual os indivíduos vivem da invisibilidade social.