A abordagem da imigração do ponto de vista da sociedade receptora, que dá atenção às pessoas apenas quando elas "constituem um problema", omite as causas e os motivos que determinaram as partidas e as diversidades de origens e trajetórias. Há o emigrante que saiu de sua própria sociedade, e há aquele que chegou a uma terra de estranhos: o paradoxal é que ambos são a mesma e única pessoa. Nem cidadão nem estrangeiro, o imigrante situa-se na fronteira entre o ser e o não-ser social. Nesta reunião de textos escritos entre 1975 e 1988, Sayad introduz o leitor neste universo, que tem a dupla dimensão de fato coletivo e de itinerário individual. No prefácio a esta coletânea de textos, Pierre Bourdieu observa que Sayad nos obriga a repensar completamente a questão dos fundamentos legítimos da cidadania e da relação entre o Estado e Nação ou a nacionalidade.