No dia 1º de abril de 2014 registraram-se 50 anos desde o golpe que instaurou a ditadura militar (1964-1985) durante 21 anos no Brasil, sendo a Polícia, enquanto instituição, utilizada antes, durante e após esta ditadura como braço armado do Estado, especialmente dos governantes e vítima de ingerências políticas. Sem perder do horizonte o legado do passado, inclusive a herança das visitações do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição no Brasil, este livro não vai abordar a ditadura supracitada, mas sim a seguinte questão capital: Onde está a Polícia que nós queremos? Tal questão será fomentada por meio de problematizações sobre processos de instituição e compreensão da Polícia, dos conteúdos identitários de ser policial como vestígios de uma trajetória ontológica acidentada e dos modos de ser policial. Consequentemente, será mobilizada uma constelação de pensadores para tratar a temática em tela, que também permitirá situar conflitos éticos, morais, identitários e teóricos. Pari passu, ser policial transcende um estado profissional, uma vez que todos os indivíduos são policiais de si e dos outros ou, pelo menos, deveriam zelar pelo autocontrole racional, afetivo e acional. Concomitantemente, todos os indivíduos que se ocupam da Polícia, enquanto profissionais, além de policiar a sociedade, também são seres humanos, parte de uma sociedade de indivíduos com pensamentos, sentimentos, ações, deveres e direitos civis, políticos, sociais, culturais e humanos.