Este livro se propõe a investigar o gênero romance de aventura do fim do século XIX e início do século XX, e as maneiras como esse gênero constrói as imagens do Outro na ficção. Considerando-se que a sua fase de produção corresponde ao período de auge dos impérios coloniais e de organização dos movimentos operários e feministas europeus, a intenção deste trabalho é refletir sobre as representações presentes no romance de aventura, sobre as classes trabalhadoras, as mulheres, os povos colonizados e a Natureza, bem como pensar a imagem do Eu, ou dos heróis dessas obras - homens, europeus, burgueses e colonizadores. Partindo da análise de O mundo perdido, visto como um romance de aventura modelar, a autora tece comparações com outros romances do mesmo gênero, para que possam ser levantados temas, regras e convenções que caracterizem o gênero romance de aventura.