Conhecer é reconhecer, é reconstruir sentidos. Num adulto, a formação faz-se sempre com base numa reflexão sobre a experiência, sobre as histórias que nos constituem como pessoas. É este o elemento central do movimento (auto)biográfico, que, por isso mesmo, necessita de uma "teoria da pessoalidade" que permita consolidar, no espaço do conhecimento e da formação, toda a riqueza do trabalho que tem sido realizado neste campo. O livro Um baú de histórias: narrativas e formação, coordenado por Adriana Alves e Francisco Evangelista, dá um passo muito significativo nesse sentido. A qualidade dos textos aqui reunidos, do ponto de vista narrativo e interpretativo, revela bem a vitalidade e a maturidade do movimento (auto)biográfico. Os seus autores cruzam apontamentos de vida com referências teóricas, e recorrem à literatura e à arte, e até ao silêncio, sempre que faltam outras palavras. (António Nóvoa)