O continente asiático é o que possui mais "Parceiros Estratégicos" do Brasil. Além disso, as grandes nações têm buscado estreitar suas relações com a Ásia, e com a China em particular, num misto de interesse e apreensão. A fase de "invadir" o mercado sino-asiático deu lugar ao temor frente ao "perigo amarelo" comercial, com a "invasão" dos mercados ocidentais pelos produtos orientais, e com a percepção de pânico frente à idéia de que a China deverá se tornar, em breve, a primeira potencia econômica. As empresas e os governos passam, aos poucos, a se dar conta de que desconhecem as sutilezas das estruturas e procedimentos do modelo de desenvolvimento e da diplomacia asiáticas, que era analisada por modelos elaborados no Ocidente, os quais desconheciam a história da Ásia e as percepções que os asiáticos têm das nações ocidentais e das relações internacionais. Há uma outra visão do mundo que precisa ser desvendada e se faz necessário compreender os interesses em jogo e a disputa de poder subjacente. Isto também é válido para o Brasil, que, inicialmente, viu a China como uma oportunidade de negócios, depois como Parceiro Estratégico na ascensão global, e agora como um desafio que pode nos levar a buscar outras alianças ou reviver antigas, com conseqüências incertas. Neste sentido, este livro busca articular uma compreensão ampla das Relações Diplomáticas da Ásia em sua história e totalidade, bem como analisar o comportamento internacional e a situação dos países da região.