A universalização do direito à saúde em países da periferia do capitalismo demanda uma conjunção de circunstâncias que dificilmente se encontra nessas sociedades. Daí a comparação entre as experiências de reforma da saúde do Brasil e do México (décadas de 80 e 90) revelar-se um caminho promissor para o entendimento das condições favoráveis e desfavoráveis para a sua implementação. É o que este texto realiza, de modo competente e instigante, apontando o impacto das diferentes formas de participação da sociedade e dos distintos graus de descentralização das decisões nesse processo sobre a efetividade da construção da saúde como um bem público. Não é pouco relevante a comprovação de que o grau de influência da ortodoxia econômica corresponde a padrões de menor participação direta na sociedade (caso do México), enquanto no caso brasileiro a construção do domínio público da saúde, que é conquistado em maior grau do que naquele país, corresponde a um padrão mais plural de participação [...]