Marginália - Arte e Cultura na Idade da Pedra´ revela, antes de mais nada, um trabalho corajoso em vários sentidos. Corajoso porque não teve medo de flagrar e exibir agressivamente, numa hora política delicada, a grande recusa de toda uma geração. A irreverência tropicalista em sua radicalidade maior, seu projeto iconoclasta de implosão de sentidos, seu superavit utópico. Corajoso porque, destemida, Marisa Alvarez Lima nos devolveu, de forma explicitamente visceral, tudo o que pressentia, vivia e observava, num diário experimental e poético que não conhece as fronteiras entre conteúdo e forma, arte e pesquisa, memória e criação.