Um dos méritos de O Estado a que Chegamos é mostrar que nenhuma das deformidades encontradas no Estado brasileiro é fruto do acaso — nem consequência de um destino que parece condenar um país rico como o Brasil a padecer cada vez mais com a falta de dinheiro. Escrito pelo advogado e ex-ministro João Santana, o livro mostra como o empreguismo, os salários absurdos e os privilégios do funcionalismo (além dos delírios dos que acham natural a sociedade sustentar estatais ineficientes e dezenas de outras moléstias nessa mesma linha) são frutos de opções conscientes. De decisões racionais tomadas em momentos em que se poderia ter seguido por caminhos bem mais virtuosos do que os escolhidos. Santana não se limita a relatar os episódios que protagonizou como secretário da Administração Federal e ministro da Infra-Estrutura do governo de Fernando Collor de Mello.