Sokcho é a paisagem imóvel, a folha em branco sobre a qual será desenhado o inquietante relacionamento entre a recepcionista de uma pousada decadente e um cartunista francês, que chegara ao balneário em busca de inspiração. É inverno, e o frio desacelera tudo: as acomodações estão calmas, as ruas, vazias e úmidas e os mal-entendidos, suspensos. A tinta escorre sobre o papel, implacável. Um vínculo frágil se estabelece entre esses dois seres de culturas tão distintas. Juntos, os dois partem em pequenas viagens de reconhecimento da paisagem desolada. À medida que se apresentam os traços desse encontro, revelam-se passados, comportamentos e desejos, como obstáculos para o reconhecimento puro e simples. Este romance, delicado como neve sobre espuma, transporta o leitor para um universo de rara riqueza e originalidade, com uma atmosfera poderosa.