Ronda da Meia-Noite é um raro retrato do lado B de uma cidade em plena transformação. Organizado em trípticos: dos vícios, da miséria, das amarguras, dos esplendores, dos costumes pitorescos, dos pecados e do tragicômico, tem como pano de fundo o ritmo frenético da urbanização e do crescimento da cidade nas décadas de 1910 e 1920. Floreal focaliza de forma contundente o mundo daqueles que vão ficando à margem da transformação, assim como o mundo difícil dos que trabalham, sonham e “fazem economia”. Traça um retrato mordaz e, em boa medida, moralista, da hipocrisia burguesa, da avareza dos ricos, da prostituição, do consumo alucinante de drogas. Passa pelos costumes que resistem às transformações urbanas, assim como pelos comportamentos propiciados pela modernidade.