Pedro Paulo quer saber em que e como as nossas condições nos trópicos podem iluminar o que seria a vida para além do biopoder. Uma vida que desafia não só as políticas públicas que tendem a homogeneizar condições e circunstâncias díspares impedindo uma avaliação adequada da complexidade das experiências vividas, mas também que desafia os próprios esquemas teóricos explicativos que dado o lugar de sua produção e as limitações de suas afecções acabam também por exibir ao pesquisador atento os seus pontos cegos. Como, por exemplo, a incapacidade de observar plenamente as conexões entre a modernidade ocidental e as práticas coloniais. Neste esforço ele se junta aos que querem provincializar a Europa a fim de abarcar experiências que não deveriam, mas a mais das vezes lhe são estranhas. Não deveriam porque lhe constituem, mas como face não só oculta como também ocultada.