A flora natural da ilha Terceira apresenta-se como uma autêntica relíquia de um passado remoto. Foi a esse lugar nunca antes pisado pelo homem que chegaram os portugueses no século XV, mais precisamente em 1427. Depois da chegada dos primeiros povoadores, cuja penetração na ilha começou por ser feita ao longo do litoral, e após um período inicial de grande produtividade, vieram, entre outros problemas, o empobrecimento do solo, a extinção de espécies, a difusão de pragas, a perda de biodiversidade, situações a que os colonos e as próprias autoridades procuraram fazer face lançando mão dos recursos conhecidos na época e da publicação de medidas legais. Com o passar do tempo acentuou-se o desgaste ambiental, sobretudo no final do século XX, quando o progresso econômico e tecnológico permitiu ao homem conquistar as zonas mais inacessíveis do interior da ilha e transformar em pastagem todos os espaços disponíveis. A esta realidade vieram juntar-se os fenômenos naturais e os seus efeitos sobre as vivências e práticas humanas.