Tido por muitos como um dos estopins da Guerra Civil Americana, que culminou com a derrota do Sul escravocrata e a consequente abolição legal do cativeiro de africanos e descendentes em todo o território dos Estados Unidos, A cabana do Pai Tomás tornou-se um testemunho fundamental no convencimento de que a escravidão não era natural. O próprio Abraham Lincoln (1809–1865) teria se dirigido à autora, a abolicionista norte-americana Harriet Beecher Stowe (1811–1896), congratulando-a como a pequena mulher que escrevera um livro capaz de iniciar uma grande guerra. A obra, que narra o drama do velho Tomás, escravo humilde e religioso cuja vida sob cativeiro mudou drasticamente depois de súbitas trocas de dono, discute assuntos e problemas ainda incômodos. Assuntos capazes de explicar o interesse despertado pelo romance mais de um século e meio depois. Esta edição tem tradução inédita de Ana Paula Doherty e prefácio crítico do historiador Ricardo Alexandre Ferreira (UNESP).