Em 1964 um golpe apoiado pelos EUA leva os militares ao poder na Bolívia. O movimento não tarda a perseguir lideranças populares, demitir trabalhadores, rebaixar salários e perpetrar massacres. Sob o governo do general René Barrientos, em 1967, Che Guevara é capturado e executado.Um acidente aéreo mata Barrientos em abril de 1969. Em setembro, outro golpe leva à presidência o general Alfredo Ovando Candia, que inicia uma distensão, permitindo a rápida reorganização do movimento operário. Em 1970, o militar nacionalista Juan José Torres toma o poder, acelerando a abertura política e a mobilização dos trabalhadores.A Bolívia conhece, então, uma das mais profundas experiências de democracia direta do século XX, a Assembleia Popular. Durante alguns meses de 1971, sindicalistas operários e camponeses, estudantes e militantes de esquerda debatem novas formas de organização e de intervenção na sociedade. Comunistas, trotskistas, maoístas e nacionalistas deliberam sobre controle operário da produção, formas de representação popular e modos de proteger o novo poder em gestação, entre muitos outros temas.Torres recusa-se a armar os revolucionários, que tentam resistir, mas são vencidos pelo golpe do coronel Hugo Bánzer, apoiado pelos governos do Brasil e dos EUA.