Quando assistimos a um filme, seduzidos pela magia do enredo e do espetáculo visual, muitas vezes não nos damos conta do papel da música no jogo de sentidos, sensações e sentimentos que nos envolve. Mesmo assim, sabemos de coração que alguns filmes têm o poder de fazer com que sua música permaneça conosco mesmo depois da apreciação e, algumas vezes, fixe-se para sempre na memória. Neste livro, escrito para quem gosta de cinema, de música e da música do cinema, o professor e compositor Guilherme Maia propõe pontos de vista e de escuta para a observação deste fenômeno, analisando as estratégias musicais dos filmes Ajuste Final e O homem que não estava lá, ambos assinados pelos irmãos Joel e Ethan Coen. Atentas às batalhas simbólicas que ocorrem no campo dos estudos cinematográficos, as análises utilizam ferramentas conceituais da Poética do Filme, matriz metodológica que articula princípios da Poética de Aristóteles com aspectos do pensamento de Kant, Valéry, Pareyson e Eco.