O encontro entre comunidades indígenas e a racionalidade econômica não está fadado a resultar em tragédia anunciada. É bem verdade que destruição, doenças e desagregação social são, de forma esmagadora- mente predominante (e não só no Brasil), os principais produtos, para as sociedades nativas, de sua relação com os mercados. Mas as coisas podem ser diferentes. É o que começam a demonstrar, na prática, comunidades indígenas do Alto Xingu e ribeirinhas da Terra do Meio. Ao fazê-lo, elas estão contribuindo a um conjunto de atividades que se contrapõem à violência e ao desmatamento na Amazônia. Mais que isso, elas convidam a uma reflexão inovadora sobre um tema clássico das ciências sociais, a relação entre economia e sociedade, entre mercados e vida comunitária. Este é o duplo interesse deste livro.