Desde que o título de Cidade Maravilhosa foi cunhado pela poetisa francesa Jeanne Catulle Mendès, em 1912, muito se tem escrito sobre o Rio de Janeiro. Marques Rebelo, Lima Barreto, João do Rio, Olavo Bilac, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Vinicius de Morais, Carlos Drummond de Andrade e, mais recentemente, Rubem Fonseca descreveram cada qual o seu Rio de encantamentos e ilusões perdidas. A história de um Rio de Janeiro feito de papel e tinta. Doutor em literatura, Renato Cordeiro Gomes nos convida a uma viagem à cidade de letras, em “Todas as cidades, a cidade”. Na primeira parte, é investigada a legibilidade das cidades através de textos ficcionais, com apoio de teóricos. Na segunda, a Suíte carioca, o foco de interesse desloca-se para o Rio de Janeiro. No início do século, Lima Barreto descreve a metamorfose da vida carioca a caminho de um cosmopolitismo identificado com o modelo parisiense. Olavo Bilac, crônica ufanista, registra a construção do cenário do progresso, a Avenida Central. Oswald de Andrade retrata em O santeiro do mangue o “esgoto sexual da burguesia”. A mesma zona do Mangue pintada por Lasar Segall e que mereceu poemas de Bandeira, Vinicius e Drummond. O livro termina com o Rio fin-de-siécle de Rubem Fonseca.