"Tomando por base o conjunto da regulação jurídica dessas formulações teóricas, o Livro identifica inúmeras insuficiências das categorias, dos conceitos e das definições utilizadas pelo Direito, especialmente da autonomia do sujeito em relação ao corpo, dos direitos de personalidade e do instituto da propriedade. Todavia, essa insuficiência não pode ser entendida nem como um "atraso" do Direito, nem como uma mera disfunção. A autonomia privada - possibilidade de autorregulação de interesses - é atual e adequada para conferir ao Direito a flexibilidade exigida pela tecnociência para regular os bancos de dados genéticos humanos. E essa regulação funciona na lógica tanto da biopolítica, pensada em termos de capital humano, como da aceleração tecnocientífica e do capital. (...) Enfim, a Obra desnuda a condição humana e os afazeres dos juristas, no mundo contemporâneo, todos perplexos diante dos avanços da técnica. Do mesmo modo como os teólogos medievais se curvavam e se assombravam diante dos mistérios da criação divina, contemplamos maravilhados e estupefatos esses incríveis artefatos surgidos, pela mão da Técnica, do barro primitivo que é nosso corpo". Prof. Dr. José Antônio Peres Gediel