Um dos momentos mais criativos da cultura brasileira, o final dos anos 1950 e início dos 60 deixou na memória coletiva muito mais a Bossa Nova e o Cinema Novo do que o teatro - talvez porque as imagens e os sons possuem maior capacidade de se reproduzir ao longo do tempo. Mas naqueles anos em que emergiam para a vida política e cultural novas gerações de estudantes e de trabalhadores, o teatro desempenhou um papel tão importante quanto a música e o cinema.Até o surgimento do Arena, a tendência dominante no teatro brasileiro era o rigor formal, quase solene, da mesma forma que a política era coisa de adultos. Foi através de Glauber, Tom, Guarnieri, José Renato e Boal, entre tantos outros que faziam teatro com o vigor de quem busca transformar o mundo, que esse círculo estreito foi rompido e novas dimensões do Brasil foram reveladas pela arte aberta aos sentimentos populares.