Com essa obra, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Curriculares, GEPPC, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba, UFPB, investe na manutenção de um diálogo permanente entre o teórico e o prático e acredita na possibilidade de quebra de fronteiras entre saber acadêmico, práticas e políticas curriculares. Na atual conjuntura, em que as crises das sociedades modernas tornam a convivência mais conflitiva, acabam-se as expectativas de progresso asseguradas pela previsibilidade da ciência. Nesta lógica, o passado não existe, o futuro não é mais tema de discussão e o presente reduz-se às apologias ao milagre tecnológico partilhado no mercado. As peculiaridades locais desaparecem, todos são consumidores e todos estão em processo de modelagem. No entanto, essa modelagem não é posta em questão. O pensamento único não revela como a "flexibilidade" da produção, ao desestabilizar as sociedades de pleno emprego, cria uma vala comum de crises e de diferenças marcantes entre elas e as sociedades periféricas. Naquelas, as crises de superprodução e de redução no consumo, e nestas a baixa produção e o reduzido poder aquisitivo revelam-se como crise do trabalho, regulada pelo Estado em crise. Ao mesmo tempo em que as novas tecnologias possibilitam a criação dos mercados globais, reduzem o poder do Estado-nação, enquanto agente político investidor na manutenção da democracia. O Estado transforma-se em regulador do trabalho e da cidadania e a nação torna-se um ideal a ser construído pela cultura midiática, inclusive pela educação. É nessa perspectiva que os diferentes olhares dos/as produtores/as dos textos, desta segunda publicação, penetram nos bastidores da educação e desvelam as políticas curriculares, bem como os impactos delas nas práticas institucionais.