A característica memorialista de José Lins do Rego é expressada de diversas formas nas suas obras. Seja por meio dos fragmentos da sua vida que são impressas na jornada de Carlinhos, protagonista de três livros do Ciclo da cana-de-açúcar, ou até mesmo na forma que ele aborda o movimento do canganço em Pedra Bonita e Cangaceiros, ambos lançados pela Global Editora em 2022, ele explora seus sentimentos (de forma direta ou indireta) sempre com o dom que bons romacistas tem de reproduzirem suas próprias memórias em livros. Em Meus verdes anos isso fica evidente. Em Meus verdes anos, o autor continua com o contexto social e politico ainda muito presente, mas usa dos mesmos para contar um pouco das suas experiências na infância: a forma como chegou no engenho do avô, como observava a relação do senhor do engenho com seus empregados, a forma como se sentia solitário na vida, abandonado por todos ao seu redor. Ao mesmo tempo, contextualiza o espaço ao seu redor mostrando situações como [...]