Nada é intelectualmente mais estimulante do que a história comparada; no entanto, nada é mais difícil. Essa percepção paradoxal, formulada por um historiador francês a respeito de suas próprias análises comparativas, pode ser aplicada também aos ensaios reunidos neste volume. Tais ensaios se concentram em dois países latino-americanos que apresentam uma combinação intrigante de semelhanças históricas (tais como as heranças coloniais e os desafios do Estado pós-independência e da construção da nação) e de diferenças sociopolíticas (resultantes da sua conexão com diferentes espaços linguísticos e culturais). Assim, do ponto de vista da análise comparada entre nações, Argentina e Brasil constituem um campo de observação particularmente frutífero. Além disso, em sintonia com a recente sociologia histórico-comparativa, os autores deste volume também buscam apreender o entrelaçamento da história educacional de ambos os países. Para tanto, investigam a circulação internacional de educadores e modelos educacionais, bem como as relações de intercâmbio de ideias e experiências educativas entre as duas sociedades. Nesse sentido, o volume apresenta exemplos e modelos analíticos propícios para uma compreensão mais profunda de ambos os processos interconectados e de suas particularidades distintivas que, em conjunto, moldaram a construção do sistema educacional na América Latina.