Este livro aborda a relaçao entre intuiçao e discurso filosófico. Uma das teses fundamentais de Bergson é que a linguagem desfigura o objeto filosófico, por capturar num discurso formalizado, descontínuo e articulado, o fluxo da duraçao. Os símbolos lingüísticos seriam portanto arbitrários, porque sua carga significativa vincula-se às virtudes práticas da linguagem e à sua funçao social. A linguagem da Filosofia só se pode constituir contra a linguagem em seu sentido comum, recuperando o ato designativo antes que se dê a fixaçao de sentido. O objetivo da filosofia nao é a fixaçao de um sentido unívoco, mas o próprio movimento da subjetividade e da totalidade, surpreendido e capturado no registro de sua transiçao. Bergson recusa a precisao conceitual: o objeto só pode ser atingido em sua transitoriedade singular. A questao do Tempo reveste importância fundamental na gnosiologia bergsoniana, desembocando numa [...]