Em Um objeto cortante, segundo livro da poeta Alexandra Maia, a força do feminino modela as palavras e as transforma em faca. Faca que corta, certeira, faca que rabisca imagens com a delicadeza necessária para colocar o leitor em um fio suspenso, equilibrado pela autora com mestria. Alexandra é íntima das palavras, faz delas corpo robusto, encarando a vida em sua complexidade, entre proximidades e distâncias intensas. Os poemas do livro são de uma leitora sagaz e inventiva. Alexandra se apropria da tradição poética brasileira e a adapta à realidade da própria escrita, mantendo a seu modo, força e delicadeza. Ecos de Adélia Prado, Carlos Drummond de Andrade, entre outros, embalam a sonoridade que nos faz passar as páginas. O corpo de mulher dança. Ela convida os poetas para seu giro e, com eles, o leitor entra na roda.