Enquanto o capitalismo prospera, a sociedade se degrada. Ao lado do crescimento do lucro, cresce a exclusão. A verdadeira crise não é do capitalismo, mas sim da crítica ao capitalismo. Essa crise é analisada desde as raízes pelos sociólogos Ève Chiapello e Luc Boltanski, que traçam o perfil do novo espírito do capitalismo a partir de um exame inédito dos textos de gestão empresarial que alimentaram o pensamento do patronato, irrigaram as novas formas de organização empresarial: a partir de meados da década de 70, o capitalismo renuncia ao princípio fordista de organização hierárquica do trabalho e passa a desenvolver uma nova organização em rede, baseada na iniciativa de seus atores e na autonomia relativa do trabalho, mas à custa de garantias materiais e psicológicas. Esta obra sem igual é um convite à retomada das duas críticas complementares à crítica estética e à crítica social.